Walmir Rosário*
Uma festa sem precedentes. É assim que pode ser considerado o evento realizado quarta-feira (27), na AABB de Itabuna, para comemorar os 30 anos de existência do Jornal Agora. Na festa, o Agora homenageou 30 personalidades da região ou que tenha contribuído para o desenvolvimento regional, com uma Placa Comemorativa, uma para cada ano do jornal.
Que as festas promovidas pelo diretor do Agora, José Adervan, sempre foram garantia de sucesso não se discute, pois são conhecidas desde o início da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), quando dirigiu a entidade. Mais recente, junto com a família (Ivone, esposa; Roberta e Fernanda, filhas, já que Andréa não reside aqui), demonstram competência na organização, bom-gosto nas atrações, com Armandinho, Dodó e Osmar, DJ Nadinho e Banda Lordão; ornamentação, apresentação de Ramiro Aquino e Cátia Gomes; buffet com a grife Maria Célia Midlej; e porque não dizer convidados.
Mas a festa dos 30 anos do Agora não merece ser vista e analisada somente por esses ângulos. Ela foi promovida – por motivos de calendário e idade do jornal – com um ano de atraso. Evento dos mais brilhantes já realizados em terras grapiúna, deveria ter sido promovido por ocasião do centenário de Itabuna, data marcada pela obscuridade e pela falta de criatividade do poder público municipal para com a história e o povo de Itabuna.
Deixemos essas coisas menores de lado que é hora de comemorarmos uma data que supera a história dos veículos de comunicação impressa na região e no Brasil como um todo. Não se consegue manter um jornal por três décadas sem que ele participe da história com conteúdo relevante, encampando lutas, defendendo causas, narrando fatos, mesmo que para isso tenha de desagradar a alguns.
As pessoas passam, as instituições ficam. É assim que funciona nos países onde existe e funciona o regime democrático do direito. E o Jornal Agora – criado por José Adervan e Ramiro Aquino – segue nessa linha, informando, opinando, analisando, participando, construindo história. Por certo, continuará desagradando uma minúscula parcela da sociedade, esta formada por pessoas descompromissadas, cujos interesses se restringem aos bens materiais que possam amealhar de forma argentária.
Por outro lado, continuará arregimentando a maior parcela da sociedade para marchar pelos ideais do povo grapiúna, composto por gente vinda dos mais diferentes lugares – inclusive continentes –, mas que conseguiram amalgamar-se, fundindo-se numa só nação, cujo vínculo maior ainda é o “visgo do cacau”. Aqui, sírios, libaneses, árabes, portugueses se uniram aos sergipanos, mineiros, pernambucanos e outros brasileiros e construíram uma cultura única em regiões diferentes.
Que a lição de vida e perseverança dada e impressa pelo Jornal Agora sirva de exemplo aos mais pessimistas e descompromissados que a utopia é possível, desde que os ideais não sejam desprezados. E José Adervan acaba de proporcionar à Nação Grapiúna não uma simples festa, mas a celebração da grandeza de uma região, da importância que nossa sociedade representa e da crença que deveremos ter em construir um futuro bem mais promissor para nós e os que nos cercam.
Jornalista, advogado, com várias passagens pelo Agora e editor do www.ciadanoticia.com.br