sábado, 9 de julho de 2011


SAUDADES

Billy Blanco, um cronista genial

 
Só me dei conta da importância de Billy Blanco na segunda metade dos anos 60. Foi quando tentei saber mais sobre o compositor que tinha feito a faixa que eu mais gostava do primeiro LP de Marília Medalha: "A banca do distinto".  Foi aí que descobri que ele era o mesmo autor de "Teresa da Praia", um clássico da pré-bossa nova; de "Estatuto da gafieira", que meu pai cantava sem parar, de "Mocinho bonito", que fez de Doris Monteiro minha primeira cantora favorita; de "Pano legal", que Bethânia tinha redescoberto... que gênio era esse? Passei a torcer por Billy Blanco nos festivais, embora ele nunca tenha sido valorizado naquelas competições. Teve "Canto chorado", na Bienal do Samba; "Se a gente grande soubesse", num FIC... Muito tempo depois, boa parte de seu repertório esteve no musical "Dolores", fazendo jus à parceria que ele manteve com a homenageada do espetáculo, Dolores Duran. Billy Blanco é um personagem único da MPB. Talvez só Noel Rosa tenha sido um cronista tão acurado da vida carioca. Quando escrevi um pequeno musical sobre Sonia Mamede, quis incluir nele uma marchinha que a atriz cantava, ao lado do elenco de protagonistas do filme, na cena final de "Garotas e samba". Era "Didi, Zizi, Naná", uma canção que marcou minha infância e da qual nunca me esqueci. Quando fomos fazer a ficha técnica do espetáculo, quem era o compositor? Ele mesmo, Billy Blanco. A crônica musical ficou órfã.
O vídeo aqui embaixo é um trecho do DVD que Billy Blanco gravou em 2008 no Teatro da Paz, em Belém. Foi uma de suas últimas apresentações. (Artur Xexeo)

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