A FORÇA DAS MULHERES ITAJUIPENSES: FABRÍCIA DOS SANTOS DANTAS DEFENDE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO NESTA SEXTA-FEIRA (24.03)
Inspirada pela trajetória da professora e escritora Maria Ângela Ramos Bezerra, que residiu em Itajuípe desde a década de 50 até 2012, ano de seu falecimento, a discente do mestrado em educação da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) Fabrìcia dos Santos Dantas, orientanda do prof. Dr. Marcelo Gomes da Silva, defenderá nesta sexta-feira (24), a sua pesquisa de mestrado intitulada: MAIS QUE POESIAS: A trajetória política-educacional e intelectual de Maria Ângela Ramos Bezerra. Fabrìcia é natural de Itajuípe, Sul da Bahia. Pedagoga, pós graduada em educação científica e cidadania e gestão e organização escolar. Atualmente reside e integra a gestão escolar de uma escola pública no município de Ilhéus-Ba.
O convite se estende a toda população Itajuipense, em especial
aos profissionais da rede de educação, família, amigos e ex-alunos da
professora Maria Ângela. A apresentação será no formato on-line e poderá ser
acessada pelo link meet.google.com/rze-qaru-vpj
Fabrícia destaca que :
“Como toda trajetória de formação docente é caracterizada por diferentes e
vários acontecimentos, podemos dizer que a formação de Maria Ângela Ramos
Bezerra como professora se materializa na teia do seu percurso. As suas
experiências, que não ficaram restritas ao espaço escolar, uma vez que se fez
presente em outros âmbitos, garantiram-lhe a apropriação de um importante
conhecimento político-educacional, o que lhe conferiu autoridade e
reconhecimento na sociedade de Itajuípe. Com base nos estudos realizados até
aqui, podemos dizer que alguns traços da trajetória da professora revelam que
sua atuação em diferentes âmbitos sociais se deu de acordo com suas
possibilidade e, sobretudo, por meio da coletividade, por ações inseridas em
uma gama de conhecimentos que se interpõem com a vida e na relação com as
outras pessoas e com o mundo. A partir desta pesquisa, foi possível verificar
sua atuação político-educacional como sujeito social, intelectual e professora
não-branca e consciente do valor de sua história e de suas origens , junto a todo
o nosso conhecimento adquirido até o momento, levou-nos à compreensão de que
para atuarmos efetivamente da docência precisamos considerar tanto nossa função
individual como aquela inserida em uma coletividade, enfim, compreendemos que
nossas ações reverberam em vidas alheias e por isso temos responsabilidades em
relação aos outros, à sociedade na qual vivemos.
Tratar sobre a trajetória de uma intelectual como a Maria
Ângela foi algo extremamente significativo no meu percurso acadêmico, pessoal e
profissional. Esta pesquisa é dedicada a cidade de Itajuípe, e aos
profissionais da educação da região baiana. O produto desta pesquisa é um
presente para Itajuípe, que brevemente poderá ser utilizado pela rede
educacional”.
A lida com a pesquisa de cunho documental foi o principal
desafio . O trato com a documentação desde o meu encontro com o acervo pessoal
da Maria Ângela até chegar a análise. O meu lugar de fala enquanto uma mulher
negra, professora, também oriunda de classe baixa foi um fator que influenciou
significativamente para lidar com a responsabilidade que é realizar uma
pesquisa no campo da história da educação. O respeito com a história da Maria
Ângela que merece ser propagada sempre foi um fator crucial o qual nos revela
hoje uma pesquisa séria, relevante e que traz uma contribuição para a sociedade
itajuipense , oferecendo mais uma fonte documental que trata não só sobre a
história da Maria Ângela, mas sobre o
processo da constituição da profissão docente na Bahia, um importante debate
sobre gênero e raça na docência, bem como um olhar para a construção da
intelectualidade.
Mestranda em Educação na linha de Políticas educacionais e
gestão escolar, pela Universidade Estadual de Santa Cruz- UESC , Pós graduada
em Gestão e Organização da escola, pela Unopar / , Pós
graduada em Educação científica e cidadania, pelo Instituto Federal de Educação
Ciência e
Tecnologia - IF Baiano , Pedagoga pela Universidade Estadual
de Santa Cruz- UESC (2015 a 2018), membro do Grupo de Pesquisa em Política e
História da Educação -
GRUPPHED/UESC. Professora formadora, atualmente integra a
gestão escolar de uma escola pública em Ilhéus. Natural de Itajuipe, residiu no
bairro de pitangueiras até os seus 28 anos de idade.
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