alhos & bugalhos
Leitura do Dia
MANDE SEU CURRÍCULO PARA DILMA
Quem se você não poderá
virar ministro da República. Basta enviar seu curriculum vitae para a
presidenta Dilma e aguardar o chamado. Para garantir a vaga com mais rapidez,
basta especificar bem o partido político a que pertence e qual sua influência
eleitoral, em números de voto e influência partidária.
Feito isso, comece a
“mexer os pauzinhos” com os amigos petistas para demonstrar sua disposição em
aguentar calado as broncas de Dilma e não ter projeto algum para passar um
tempo à frente do ministério pretendido. Não precisa se preocupar com o
desenvolvimento do país e sim com a exoneração, de acordo com a vontade da
madame-presidenta.
As chances são boas,
pois apenas três foram trocados antes da semana santa, ainda tem cerca de 30 na
fila, e como se diz pelas esquinas da vida, a fila anda…
CHEGA DE DISCURSO OU…FAÇA O QUE DIGO MAIS NÃO FAÇA O
QUE FAÇO!
Walmir Rosário
Torço para que esse
governo que ocupa – temporariamente – o Centro Administrativo Firmino Alves dê
certo. Até porque votei nele. Não por firmes convicções, mas para evitar um mal
maior. E o governo da “mudança” tomou posse com a promessa de por fim às
práticas anteriores, principalmente aquelas empreendidas pela turma de Azevedo.
Entretanto, para nossa surpresa, tudo anteriormente pregado foi esquecido, a
exemplo de todos que chegam ao poder.
A transição foi
perfeita: o prefeito que sai fez e o que entra aprova. Os desmandos, os “erros”
e o modus operandi criticados no programa televisivo,
um dos instrumentos determinantes na vitória eleitoral foram sendo esquecidos,
ou melhor, assovacados. O que era visto como um vil metal sem valor algum
passou reluzir que nem ouro. A mentira se transformou em verdade.
E a sequência
governamental foi inaugurada com a publicação de um decreto de emergência,
prática nunca antes observada nas gestões anteriores. O que mesmo justificaria
a decretação de um “estado de emergência”. A tórrida seca que assola o Nordeste
brasileiro? Chuva? Catástrofe natural? Não, nada disso, apenas a simples
possibilidade de efetuar as tão famosas contratações e compras emergenciais,
sem licitação, pelo prazo 90 dias, enquanto se arrumam as coisas para colocar
no governo os amigos do rei.
Como sempre acontece,
troca-se a empresa de coleta de lixo sob o argumento de que o novo valor
contratado será menor do que o que atualmente é coletado. Ora, essa prática é
useira e vezeira por todos os prefeitos argumentando que a nova empresa fará –
inicialmente – por um valor menor e melhor o serviço. Falácia! Aos poucos e
longe das vistas de estranhos ao poder não demora a serem firmados os
competentes aditivos e tudo acabará como dantes. Daqui a quatro anos tudo
estará igual.
Quando este sair, o
novo também usará da mesma artimanha, aquinhoando outra empresa com a coleta de
lixo, que prometerá fazer o serviço por preço menor. Sabe-se que tais empresas,
em verdade, assumem – implicitamente – o compromisso com o projeto político do
grupo de quem está no poder e com sua reeleição futura.
Se na coleta de lixo o
assunto é mudança, na saúde nem tanto. Passados dois meses e meio, ou 75 dias,
os postos de saúde estão ainda inoperantes em sua maioria, o hospital de base
não encontrou seu equilíbrio desejado, ao contrário, segue capengando ainda
mais com as nomeações; e o tão falado apoio do governo do estado não aconteceu.
Nem vai, pois eles não são loucos para confiar nas promessas de Jaques Wagner.
O salário dos servidores do HBLEM somente foi pago mediante pressão e greve dos
servidores, sem o apoio explícito do sindicato, agora no outro lado do balcão.
Ainda assim tiveram
melhor sorte do que os servidores da administração municipal, que a despeito de
estarem mais pertos do prefeito viram seus salários de dezembro parcelados em
seis vezes, e mesmo assim com valores a menor sob o argumento de uma suposta
auditoria. Calada a boca dos servidores, a promessa de valorização da categoria
caiu por terra. A maioria dos barnabés municipais está arrependida pela
mudança, pois estão vendo os remanescentes da turma de Azevedo fazendo coisas
do arco da velha. Desfilando por todos os setores, indistintamente.
No início do mandato,
com uma jogada de marketing o prefeito jurou, de pés juntos, que somente
nomearia metade dos cargos comissionados e até à primeira vista cumpriu. Mas um
olhar atento revela a verdadeira face dessa história. Hoje se serve e utiliza a
mesma estrutura administrativa utilizada pela (des)administração Azevedo, em
alguns casos com os mesmos servidores (os de sempre). Ao que tudo indica, a
equipe do prefeito estava preparada para o discurso, mas não para o exercício
diário. Trocando em miúdos, sequer desceram do palanque.
Uma das práticas mais
nefastas utilizadas pela turma de Azevedo era a “seleção pública”, que tem sua
previsão legal para hipóteses de emergência – olha o decreto de emergência
cumprindo seu papel – e não para a colocação de cabos eleitorais da campanha
como hoje se vê, em menosprezo ao do concurso público, que é a regra a ser
seguida, pelo menos para um governo que se dizia moralizador e defensor de
novas práticas na política. Devem ter aprendido o mistério da ressurreição!
Já foram fabricados
dois processos seletivos, que apesar das tímidas incursões do Ministério
Público (MP), se mantém firmes. Foram 200 apadrinhados na Secretaria da
Educação e mais 500 em via de ingresso para as Secretarias da Assistência
Social e da Saúde. Contratando novos médicos, assistentes, serviços gerais,
advogados, dentre outros.
Essa prática é um
grande retrocesso, já que no final da gestão de Fernando Gomes o quadro de
servidores municipais foi dimensionado (diziam que muito maior do que o
necessário), resultando na elaboração e aprovação pela Câmara Municipal de leis
que criaram os empregos públicos e os cargos em comissão previstos para o
município. Tudo feito sob o olhar atento do MP.
Acredita-se que a
estrutura administrativa municipal ideal, correta e legal é aquela existente
nas leis municipais. Fora dela, em princípio, tudo é ilegal. Mas, muito mais do
que uma questão de legalidade é saber o que justifica a mudança na estrutura e
o aumento do quadro de pessoal cerca de cinco anos depois. O contingente soma
mais de cinco mil servidores municipais na administração centralizada e
descentralizada.
Quando usou dos mesmos
métodos, o governo Azevedo foi duramente criticado, e com razão. Ele inchou a
folha com mais de mil temporários apadrinhados, o que era motivo de ataques
ferrenhos dos opositores e da imprensa, resultando inclusive em inúmeras ações
judiciais promovidas pelo MP que obtiveram êxito, mas que perderam o objeto
pelo fim da gestão, quando todos os vínculos foram encerrados. Ao final, é
claro, a conta do acerto desses contratos ficou para a viúva. Vamos ver esse
filme novamente? Com a palavra o MP.
Pelo andar da
carruagem, a valorização dos servidores que estão com os salários defasados
atrasados e desmotivados, vai para o beleléu. Isso devido ao novo inchaço da
folha de pagamentos com inclusão de pessoas fora da estrutura administrativa,
viabilizada pelas novas e suspeitas seleções, cujos vencedores todos
antecipadamente já conhecem.
Se houve pelo governo
atual, nesses três primeiros meses de cultos e orações, um estudo rigoroso que
concluiu por um aumento no quadro de pessoal dos servidores, que se mudem as
leis e se realize novo concurso público, dentro da legalidade e da moralidade
prometidas para a gestão pública municipal.
Os apadrinhados
continuam do mesmo jeito e nos mesmos lugares. Se a sociedade reclama dos altos
índices da dengue está coberta de razão, pois, por mais que declare fazer, o
prefeito ainda mantém dois agentes de combate a endemias dando expediente como
garçom, em seu gabinete.
Será que a sociedade
terá que se acostumar com esse tipo política, na qual o discurso feito em
campanha não tem nunca que corresponder com a prática no exercício do cargo
público. Chega de discurso, pois, somos sabedores que na política, assim como
na vida cotidiana existem pobres de princípios e de caráter, adeptos do façam o
que digo, mas não o que faço!
Assim, não terá oração
que chegue!
Jornalista,
advogado e editor do www.ciadanoticia.com.br
REFORMA
ELEITORAL
José
Adervan
Durante o período de
exceção militar, quando o país viveu uma de suas fases mais angustiantes em
termos políticos (1964/1985), foram extintas todas as siglas partidárias e
apenas dois segmentos passaram a ser representados na vida pública: a ARENA e o
MDB. Ou seja, um representava os militares e todos os resquícios de uma
ditadura e o outro, a oposição, com todas as suas mordaças e limitações,
designadas pelo militarismo, com direito a repressão e coisas do gênero. Por
simples lembrança, caiu a ditadura, venceu o MDB da resistência ao
totalitarismo.
Vez por outra nossos
políticos costumam ressuscitar – de maneira um pouco mais branda – aquele
período de exceção, pois nunca aceitaram o debate das ideias como salutar para
o exercício da democracia e preferem impor suas vontades, tendo em vista a
perspectiva eleitoral, onde quem possa ter o voto, mesmo comprado ou tendo uma
ficha policial um tanto escamoteada, tem a preferência e não importam os
valores éticos e morais de quem não possui o dom de encantar os eleitores com
promessas que jamais serão cumpridas, mas que representa o sonho da sociedade
ainda não corrompida.
Daí, a figura das
Comissões Provisórias – onde se tira e bota dirigentes ao talante do “líder”,
aquele que tem o domínio estadual de qualquer partido – em detrimento de
eleições democráticas, que forma o Diretório, a Executiva e seus diversos
poderes, onde se constitui o verdadeiro espírito partidário, que é a identidade
do cidadão com o partido escolhido e que, a cada dois anos, passa por uma
reformulação que incentiva a participação dos filiados e amplia o conceito da
agremiação e da própria democracia. Não é à toa o desprestígio da classe
política junto ao eleitor.
A Comissão Provisória,
como o próprio nome indica, deveria ser uma resolução atípica, quando não
houvesse candidatos dispostos a gerir o partido, ou pela insubordinação ou por
apoios a candidatos fora da agremiação, ou então, quando se formasse um grupo
de pessoas dispostas a seguir a orientação filosófica e doutrinária da sigla
que não estivesse formada na cidade. Exemplo típico: o novo partido criado pelo
ex-prefeito de S. Paulo, Gilberto Kassab, ou o da ex-senadora Marina Silva,
ainda à deriva no plano nacional.
O PSDB de Itabuna há
tempos está regularizado, com suas diretrizes estabelecidas e, de certa forma,
obedecidas. Nos últimos quatro anos coube-me a honra de presidir o partido.
Desde 1992 não apresentávamos candidato a prefeito, quando Ubaldo Dantas foi
derrotado por Geraldo Simões. Em 1996, apresentamos um candidato a vice, numa
chapa com o PCdoB. Em 2000, foi formada uma chapa vitoriosa com Geraldo/Ubaldo.
Em 2004, ficamos de fora. E em 2008 apresentei o meu nome, mesmo enfrentando
dificuldades de toda ordem, e elegemos um vereador, coisa que não acontecia
desde 1996.
Portanto, o ninho
tucano de Itabuna, com todas as limitações, estava vivo e levamos o nome do
candidato Augusto Castro, eleito, mas inexperiente e neófito político. Logo
esgarçou o seu capital ao buscar uma briga de poder partidário sem necessidade,
pois o apoio que lhe foi dado não tinha restrições. Mas, para mostrar força,
passou a anunciar que tomaria o partido, pelos blogs a seu “dispor”, apesar de
ter estimulado a minha reeleição. Não conseguiu tomar o PSDB e passou a
hostilizar as decisões do Diretório quanto à candidatura própria para a
Prefeitura de Itabuna, criando um cisma desnecessário e pouco inteligente, pela
fragilização tucana, no novo cenário político da cidade. Interessava, muito
mais, os bons negócios com o governo do militar de plantão, para onde tinha
indicado o então secretário da Saúde, Geraldo Magela, com ótimos dividendos.
Agora, já mais
experiente, foi buscar o apoio do deputado Jutahy Magalhães para evitar a
eleição do novo Diretório Municipal, com a provável constituição de uma
Comissão Provisória, sem passar pelo crivo do eleitor filiado ao PSDB. E já
pensa em colocar a “coroa” na cabeça, apesar da recomendação de discutir a
situação com o “PSDB histórico de Itabuna, com grande experiência de luta em
favor do partido”, observação do deputado Antônio Imbassahy.
E Augusto Castro, que
se arvorava em campeão de votos em Itabuna, ficou com medo de uma nova derrota
dentro do PSDB, pois sabia que dentro do partido ele não conta com a maioria
dos filiados e ganha uma sigla fracionada, dividida, mas perde, além de tudo, o
respeito de quem fica, podendo ser derrotado na primeira tentativa de formar um
Diretório Municipal pelo voto direto e soberano. Esse é o problema dos títeres.
Mas como o sonho de Poder é mais alto, certamente, terá de pedir a Jutahy
Magalhães, velho conhecido da ARENA, que faça tantas quantas necessárias
intervenções para formar novas Comissões Provisórias, só para manter o pequeno
e incompetente “ditadorzinho” no comando do PSDB de Itabuna.
Por sugestão,
recomendaríamos ao deputado federal Jutahy Magalhães, pelo grande prestígio que
desfruta em âmbito nacional, a retirada da palavra democracia da sigla tucana,
pois não soa bem termos no PSDB – Partido da Social Democracia Brasileira –
algo que não se coaduna com a vocação ditatorial do deputado, uma questão de
DNA, que vem como herança do velho general Juracy Montenegro de Magalhães, em
quem teria votado quando disputou uma eleição de forma democrática, mas que
governou a Bahia durante a república tenentista de Getúlio Vargas, período em
que se acostumou a não questionar ordens recebidas dos superiores, assim como
não gostava de ser questionado nas ordens dadas aos seus subalternos. E, no
PSDB, a palavra de Jutahy Magalhães é uma ordem. E como nunca gostei de receber
ordens, mas discutir sugestões, só vejo o caminho da retirada, pois sob o
comando de Augusto Castro no PSDB de Itabuna seria regredir em minha caminhada.
Retroceder, jamais…
Jornalista
e político
Por hoje é só. Vou guardar a tesoura, agulha e a linha.
Vou bater
o martelo... Ponto Final. (Redação: o Bolso do Alfaiate)
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