alhos & bugalhos - De Domingo
Leitura
do Dia
Salve o Dia das Mães - Dezembro 1953 - O Elance Matrimonial de Seo Lafaiete e Dª Glorinha e a Dama de Honra Aramis - O Inicio de Uma Grande Família
Retrato de Mãe
Uma Simples mulher existe que, pela imensidão de seu amor, tem um
pouco de Deus;
e pela constância de sua dedicação, tem muito de anjo; que, sendo moça
pensa como uma anciã e, sendo velha , age com as forças todas da juventude;
quando ignorante, melhor que qualquer sábio desvenda os segredos da
vida e, quando sábia, assume a simplicidade das crianças;
pobre, sabe enriquecer-se com a felicidade dos que ama, e, rica,
empobrecer-se para que seu coração não sangre ferido pelos ingratos;
forte, entretanto estremece ao choro de uma criancinha, e, fraca,
entretanto se alteia com a bravura dos leões;
viva, não lhe sabemos dar valor porque à sua sombra todas as dores se
apagam, e, morta tudo o que somos e tudo o que temos daríamos para vê-la de
novo, e dela receber um aperto de seus braços, uma palavra de seus lábios.
Não exijam de mim que diga o nome desta mulher se não quiserem que
ensope de lágrimas este álbum: porque eu a vi passar no meu caminho.
Quando crescerem seus filhos, leiam para eles esta página: eles lhes
cobrirão de beijos a fronte; e dirão que um pobre viandante, em troca da
suntuosa hospedagem recebida, aqui deixou para todos o retrato de sua própria Mãe.
Autor: Don Ramon Angel Jara - Bispo de La Serena –Chile - (Tradução de Guilherme de Almeida) |
Rir para não chorar ou, se for para chorar, vamos
beber.
·
Escrito por Janine Soüb
Nosso Brasil é um país
único, singular, idiossincrático, penso eu. Nossas tentativas de
mudança para um estado realmente democrático de direitos sempre trazem enormes
falhas, mas a gente continua otimista. Na maioria das vezes, torcendo e
brigando por nossos times de futebol, questionando os altos preços dos smartphones,
acreditando nas propagandas, depreciando verbalmente nossos representantes
eleitos, compartilhando indignações nas redes sociais etc. Tudo porque somos brasileiros e não desistimos
nunca. Para mim, algo de um esquema: "rir para não chorar" ou
"se for para chorar, vamos beber".
Nesta semana, eu ouvi uma
delegada em palestra justificar o porquê de a delegacia pela qual responde
ficar com as portas fechadas à noite: gente, é falta de segurança, pois só há
dois policiais no plantão. Hã? E hoje eu acabo de assistir à reprise de um programa de televisão, cuja pauta era "segurança privada", focando
a discussão sobre o crescente número de arrastões nos restaurantes paulistas.
Neste, o entrevistado falava, ou melhor, vendia um pacote chamado "kit
arrastão", no qual o restaurante (ou qualquer pessoa física contratante)
pode dispor de um "botão de pânico", que, diante de uma situação de
assalto e roubo, ao ser acionado, contacta imediatamente uma equipe
de vigilância remota, sempre alerta e à disposição para um pronto
atendimento...
Conforme concluiu ironicamente
um dos componentes da mesma mesa em que a referida delegada participou, daqui a
um tempo será solicitado ao secretário de segurança pública que contrate
segurança privada para as delegacias e outros serviços públicos por falta de
segurança.
Então, tirem suas próprias conclusões. Eu ri para não chorar.
Então, tirem suas próprias conclusões. Eu ri para não chorar.
De outra parte, quando estou em casa, não muito raro escuto
os ecos sonoros das escolhas musicais da vizinhança. Às vezes alto até demais,
invadindo meus ouvidos de maneira violenta, isto é, desrespeitando meu direito
de silêncio. Porém, o que mais me intriga é que geralmente são músicas de
conteúdo apaixonado, aquele sentimento de dor, saudade, sofrimento, como uma
pena autoinfligida. Nada contra. Obviamente, tem quem goste de sofrer. Mas
o que é que isso tem a ver com o assunto acima?
Você nunca se perguntou por que se vende tanta música
de dor, paixão não correspondida, traição e outras mazelas do coração? Já eu,
de tanto escutar a dor alheia no consultório, ou mesmo pelas insistentes
músicas que atravessam a janela de minha privacidade, tenho me feito essa
questão com frequência.
Trata-se de uma pergunta de amplo espectro e, de igual mandeira, assim são as respostas possíveis. Por isso, eu já associei a mil coisas, embora todas elas sempre atinentes à nossa realidade brasileira - globalizada? -, tanto em âmbito individual quanto social. No entanto, o recorte que quero trazer aqui é mais social; leia-se: fenômenos de massa.
Faça chuva ou faça sol, à espreita de nosso drama, alcançando a luz de uma sombra muito maior, sempre estará um sertanejo, arrocheiro, pagodeiro, axezeiro ou um crooner romântico qualquer. Qual seja o estilo, o intuito é, para além da arte musical, movimentar a economia da ilusão. Se o pacote vier com cerveja, então, melhor ainda. Basta prestar atenção nas letras das músicas. Não à toa, as cervejarias são os grandes patrocinadores por detrás de shows, festas e eventos nos quais tais artistas são as estrelas principais, isso sem falar nos estádios de futebol, mas deixemos essa parte para lá.
O que todos sabem é que a gente se anestesia ao ingerir álcool, alterando a consciência e criando realidades paralelas à nossa existência cruel e difícil, seja horizontalmente por um amor não correspondido, seja pela dominação vertical de um poder financeiro/econômico de grandes entidades (públicas e privadas). E estas dão sempre um jeito de colocar nossos direitos em patamar inalcançável à maioria da população. É evidente que contam, por tabela, com a nossa participação apaixonada, alienada, passiva e omissa no processo.
E voltamos ao ciclo vicioso e repetitivo, que tem a ver com manter nossas situações absurdas, tal como a relatada no início deste texto. Quem não se lembra do sarcástico Renato Fechine?
É por isso e outras razões que, se for para chorar, vamos beber. Talvez seja o caminho mais fácil e suportável. Mas por que tem de ser sempre assim? - nasombradoposte.blogspot.com.br/
Trata-se de uma pergunta de amplo espectro e, de igual mandeira, assim são as respostas possíveis. Por isso, eu já associei a mil coisas, embora todas elas sempre atinentes à nossa realidade brasileira - globalizada? -, tanto em âmbito individual quanto social. No entanto, o recorte que quero trazer aqui é mais social; leia-se: fenômenos de massa.
Faça chuva ou faça sol, à espreita de nosso drama, alcançando a luz de uma sombra muito maior, sempre estará um sertanejo, arrocheiro, pagodeiro, axezeiro ou um crooner romântico qualquer. Qual seja o estilo, o intuito é, para além da arte musical, movimentar a economia da ilusão. Se o pacote vier com cerveja, então, melhor ainda. Basta prestar atenção nas letras das músicas. Não à toa, as cervejarias são os grandes patrocinadores por detrás de shows, festas e eventos nos quais tais artistas são as estrelas principais, isso sem falar nos estádios de futebol, mas deixemos essa parte para lá.
O que todos sabem é que a gente se anestesia ao ingerir álcool, alterando a consciência e criando realidades paralelas à nossa existência cruel e difícil, seja horizontalmente por um amor não correspondido, seja pela dominação vertical de um poder financeiro/econômico de grandes entidades (públicas e privadas). E estas dão sempre um jeito de colocar nossos direitos em patamar inalcançável à maioria da população. É evidente que contam, por tabela, com a nossa participação apaixonada, alienada, passiva e omissa no processo.
E voltamos ao ciclo vicioso e repetitivo, que tem a ver com manter nossas situações absurdas, tal como a relatada no início deste texto. Quem não se lembra do sarcástico Renato Fechine?
É por isso e outras razões que, se for para chorar, vamos beber. Talvez seja o caminho mais fácil e suportável. Mas por que tem de ser sempre assim? - nasombradoposte.blogspot.com.br/
POR HOJE É SÓ. VOU GUARDAR A TESOURA, AGULHA E A Linha.
VOU BATER O MARTELO...
PONTO FINAL. (REDAÇÃO: O BOLSO DO ALFAIATE)
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