alhos & bugalhos
Jorge “Cem Anos” Amado - Parabéns
Jorge Amado
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livre.
Jorge Amado
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Pintura
retratando Jorge Amado
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Nome completo
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Jorge Leal Amado de Faria
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Nascimento
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10 de agosto de 1912
Itabuna (BA) |
Morte
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6 de agosto de 2001 (88 anos)
Salvador (BA) |
Nacionalidade
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Cônjuge
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Zélia Gattai (Também já falecida)
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Ocupação
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Jorge
Leal Amado de Faria (Itabuna, 10 de agosto de 1912 — Salvador, 6 de agosto de 2001)
foi um dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros de todos os tempos.[1]
Ele é o autor mais
adaptado da televisão
brasileira, verdadeiros sucessos como Tieta do Agreste, Gabriela, Cravo
e Canela e Teresa Batista
Cansada de Guerra são
criações suas, além de Dona Flor e Seus
Dois Maridos e Tenda dos
Milagres.[2] A
obra literária de Jorge Amado conheceu inúmeras adaptações para cinema, teatro e televisão, além de ter sido tema de escolas de samba por todo o Brasil. Seus livros foram
traduzidos em 55 países, em 49 idiomas, existindo também exemplares em braille e em fitas gravadas para cegos.[1]
Amado foi
superado, em número de vendas, apenas por Paulo Coelho mas,
em seu estilo - o romance ficcional -, não há paralelo no
Brasil. Em 1994 viu sua obra ser reconhecida com o Prêmio Camões.
Biografia
Existem dúvidas
sobre o exato local de nascimento de Jorge Amado. Alguns biógrafos indicam que
o seu nascimento deu-se na Fazenda Auricídia, à época município de Ilhéus.
Mais tarde as terras da fazenda Auricídia ficaram no atual município de Itajuípe, com a emancipação do distrito ilheense
de Pirangi. Entretanto, é certo que Jorge Amado foi registrado no povoado de
Ferradas, pertencente a Itabuna.
Encarregado de preencher as “fichas” da Academia
de Letras de Ilhéus criada em 1958, o seu primeiro secretário, jovem advogado
Francolino Neto, aguardou quatro anos para, pessoalmente, colher os dados do
acadêmico Jorge Amado. De caneta em punho e após preencher o nome, endereço e
filiação do romancista, à época já famoso, fez a pergunta: “Local de
nascimento?”. “Pergunte ao meu pai…” - se esquivou Jorge Amado. Na sua
carteira de identidade constava a cidade de Itabuna como local do nascimento,
mas no fundo ele sabia que havia uma polêmica tanto familiar como “de ordem
pública”. Francolino Neto não se fez de rogado e foi até
Itajuípe para se encontrar com o fazendeiro João Amado, pai do
escritor. O Coronel João não vinha a Ilhéus há muito tempo, pois tinha pavor
a vergalho de boi… Diziam as más línguas que o coronel se engraçou com uma
mulher casada e acabou tomando uma surra de vergalho de boi. Mas voltemos ao
encontro de Dr. Francolino com o Coronel João Amado. Encontraram-se na firma
compradora de cacau Wildberg & Cia. e o secretário da Academia foi direto
ao assunto. O Coronel João Amado disse então a Francolino: “Jorge nasceu
na Fazenda Auricídia que ficava na zona do Repartimento no limite entre os
municípios de Itabuna e Itajuípe.”
A maior parte da fazenda
pertencia em 1912, ano do nascimento de Jorge, a Itabuna, antiga Tabocas que em
1910 tinha se emancipado de Ilhéus. Mais precisamente no distrito de Ferradas,
na época próspero entroncamento de tropeiros. A outra parte da fazenda
pertencia ao 7º Distrito de Ilhéus, denominado de Pirangí, mais tarde
emancipado e que originou o município de Itajuípe. Dr. Francolino, rápido no
raciocínio fez então a pergunta fatal. “E de que lado ficava a sede
da fazenda?” João Amado não titubeou: “Ficava em Pirangí”. Francolino deu
uma risadinha marota e tascou na “ficha” de Jorge Amado – Local de Nascimento:
Ilhéus, Bahia, Brasil. A Lei 807 de 28 de julho de 1910, que criou o município
de Itabuna, sancionada pelo então governador Araújo Pinho, não era muito
precisa nas indicações dos limites territoriais, principalmente quando não
existiam rios ou ribeirões para delimitação com maior precisão.
Naquela ocasião a linha
demarcatória “seca” como era chamada, causava muitos desencontros, e até mesmo
nos limites de Ilhéus, o município mãe, com Itabuna, as dúvidas persistiram. Na
Fazenda Auricídia passava um ribeirão denominado de Limoeiro, mas segundo as
informações ele não servia de limite territorial. Em 1952, portanto 40 anos
após o nascimento de Jorge Amado, o Distrito de Pirangí foi desmembrado de
Ilhéus, passando a denominar-se de Itajuípe e em seu território foi criado o
Distrito de Limoeiro, onde ficava a zona do Repartimento. Região de terras
nobres para o cultivo do cacau, Limoeiro logo se expandiu e em 1962 de desmembrou
de Itajuípe sob a denominação de Barro Preto. Hoje, Barro Preto de chama
“Governador Lomanto Júnior”, nome por sinal de péssimo gosto, sem querer entrar
no mérito dos méritos do homenageado. A sede da Fazenda Auricídia situava-se,
portanto, em território que hoje pertence ao município de Lomanto
Júnior.
Como se pode verificar, a
polêmica está armada. Na Certidão de Nascimento de Jorge Amado consta que ele é
itabunense. O velho João Amado disse que ele nasceu em Pirangí, que então
pertencia a Ilhéus. As emancipações posteriores colocaram a sede da
Fazenda Auricídia no território de Barro Preto, hoje Lomanto Júnior. Itabuna,
Ferradas, Ilhéus, Pirangí, Itajuípe, Limoeiro, Barro Preto e Governador Lomanto
Júnior. Cidades, distritos, vilas, denominações velhas e novas. Jorge
Amado lá de cima deve estar dando grandes gargalhadas. De minha parte, quando
vereador, resolvi propor o título de Cidadão Ilheense ao nosso escritor. Quem
registra é dono, e Itabuna registrou Jorge Amado, mas nós, ilheenses, estamos
na posse mansa e pacífica, que às vezes vale mais do que papel registrado em
cartório. Mas de certo não é necessária tanta polêmica. Jorge
não é itabunense, nem ilheense, nem itajuipense e nem lomantense (?). Jorge é
grapiúna e Cidadão do Mundo. Artigo publicado originalmente em março de
2003 nos jornais Agora e Diário de Ilhéus. Contato com o autor ialbagli@uol.com.br
Por hoje é só. Vou bater o martelo.
Ponto
Final. (Redação o Bolso do Alfaiate
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