quinta-feira, 1 de dezembro de 2011


Lampião ou Lamparina?

                                         Antonio Nunes de Souza*
Essa é a dúvida do momento, provocada por uma biografia de um historiador que, segundo o seu livro, baseando-se nos comportamentos e informações confidenciais de pessoas da época, nosso valente e herói do sertão, Capitão Virgulino, o valente e guerreiro Lampião, jogava água fora da bacia e era chegado a uma viadagem entre uma batalha e outra.
Felizmente, a família do nosso idolatrado herói sertanejo está proibindo a circulação do livro que, sem nenhuma benevolência, tenta caracterizar o nosso He-Man nordestino como homossexual e, para desmoralizá-lo mais ainda, o tal livro ainda declara que sua companheira e mulher, Maria Bonita, o enganava com companheiros do próprio bando.
Não acredito de forma alguma que esse exemplo de coragem, destreza e valentia do norte/nordeste, tenha tido esse comportamento e, somente agora, que esse assunto fosse à tona, já que se trata de algo que destoa ou tais comportamentos que não combinam.  
Caso esse absurdo tenha sido verdade, coloque a sua fértil mente para funcionar e veja como seria complicado ele arranjar um parceiro entre os seus comandados, pois, com certeza, se este não fosse bom no desempenho, estaria passivo de ser mutilado ou morto sem nenhuma dó ou piedade. E será que alguém teria coragem de, nos estertores do gozo, dizer: Mexa mais Lampiãozinho!
Não acredito em nenhuma hipótese numa barbaridade dessa, como também a possibilidade de, depois de uma valente e sangrenta batalha ele voltar ao acampamento e, dentro da sua tenda, olhar para Maria Bonita e dizer com a maior desenvoltura: “Ai como eu sou bandida!”
Esse é o meu veemente protesto contra esse absurdo em quererem desmistificar um dos poucos heróis guerrilheiros nacionais que, até os dias atuais, foram símbolos de coragem e valentia verde amarela. Surpreende-me mais ainda é que, com assuntos mais importantes e atuais, aparecer um escritor/pesquisador para bisbilhotar um fato que nada acrescenta de honroso para nossa história!
Em minha opinião, Lampião, mesmo com aquelas roupas cheias de enfeites, não tinha cara de quem queimava o “fiofó”!
*Escritor (Blog Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

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