terça-feira, 25 de junho de 2013

alhos & bugalhos
Leitura do Dia

Dilma recua de assembleia constituinte para reforma política após críticas

Menos de 24 horas depois de ter anunciado um processo constituinte específico para a reforma política e de ser alvo de críticas de juristas, o Palácio do Planalto deu sinais de que a proposta não é unanimidade no governo e que não está fora de cogitação recuar da ideia --mas mantendo a convocação de um plebiscito, com perguntas definidas.
Após reunião da presidente Dilma Rousseff com a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e o vice-presidente Michel Temer, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) afirmou que, embora ainda esteja em estudo, a proposta de constituinte poderá ser substituída por outro plebiscito que não implique em mudança na Constituição, mas apenas de legislações ordinárias.
Segundo o ministro da Justiça, todas as ideias estão na mesa. Entre elas, a trazida nesta terça-feira pela OAB à presidente Dilma. Essa proposta foi classificada pelo ministro de "muito interessante".
Ela envolve, basicamente, mudanças na legislação eleitoral, sem alterações de fundo nas formas de representação política no país. Entre os pontos defendidos pela OAB, e que seriam apresentados à avaliação da população na forma de perguntas, às quais caberão resposta "sim" ou "não", estão o financiamento público de campanha, a eleição parlamentar em dois turnos e o voto em lista fechada.
"Isto é inegavelmente algo interessante que deve ser discutido. O governo não encampou nem deixou de encampar. Apenas estou falando que é uma proposta interessante que apresenta uma solução que não passará, não necessitaria de mudança na Constituição", disse o ministro.

Confira os cinco "pactos em favor do Brasil" definidos por Dilma





Dilma põe o Congresso numa sinuca de bico

A presidente Dilma Rousseff surpreendeu os políticos com a proposta de convocar um plebiscito para a aprovação de uma Assembléia Constituinte destinada unicamente a conceber uma reforma política.
Entra presidente, sai presidente, e a reforma política permanece estancada como uma promessa que nunca vai adiante. Não vai simplesmente porque os políticos não querem.
A reforma, saia como sair, acabará ferindo interesses de uns ou de outros.
O desejo de Dilma é de que ela vá em frente desta vez. Por ora, não entrou em detalhes a respeito. Não disse nem como nem quando isso será discutido.
Quando seriam eleitos os constituintes encarregados da reforma? No próximo ano quando forem eleitos deputados, senadores, governadores e o presidente da República? É o mais provável. 
Se no próximo ano, a Constituinte se reunirá durante o mandato do próximo presidente. Caso Dilma não se reeleja, quem a suceder poderá não se sentir tão comprometido com a ideia como ela.
Uma vez que a Constituinte aprove a reforma, caberá ao Congresso referendá-la? Ou ela começará de imediato a produzir os seus efeitos?
O Congresso foi posto contra a parede. Ou colabora com Dilma para que se faça o que ele nunca quis ou ela poderá dizer: "Cumpri minha parte. O Congresso não cumpriu a dele".
Uma reforma política ambiciosa servirá, entre outras coisas, para diminuir a corrupção. Eleições são poderosos focos de corrupção. O próprio exercício cotidiano da política também o é.
Foi a corrupção, segundo todas as pesquisas aplicadas até aqui, o gatilho das atuais manifestações de ruas. 
Dilma aplica uma segunda paulada forte na corrupção quando anuncia o apoio do governo ao projeto legislativo emperrado no Congresso que torna hediondo o crime de corrupção.
A bola foi empurrada para o Congresso.

R$ 0,20, por Elton Simões



R$ 0,20 não compra um café. Não mata a sede. Não mata a fome. Não compra nada. R$ 0,20 não serve para muita coisa. Na maioria dos casos, R$0,20 é aquele troco inconveniente que fica no fundo de bolsos e bolsas, esperando para ser descoberto pelo detector de metal do aeroporto.
Não da para fazer coisa alguma com R$ 0,20. Realmente não dá. Mas aparentemente R$ 0,20 pode fazer muita coisa. Pode ser a fagulha que começa o fogo, que vira incêndio. Depois que o incêndio começa a fagulha já não tem importância. Não se combate incêndio procurando a fagulha. Esta se extinguiu faz tempo.
O mar de gente que inunda a rua não esta interessado em trocar cidadania por centavos. Devolver R$ 0,20 não traz cidadania. Não devolve a dignidade. Não resolve a desilusão. Não traz a esperança.
Não é a situação ruim que embala o protesto. É a constatação que o sofrimento não levará a dias melhores que motiva a ação. É a falta de esperança. É a certeza de que o futuro não será melhor se tudo continuar como está. É a falta de fé nos representantes ou em sua capacidade de estar à altura dos desafios. É a descrença nos representantes pelos representados. Tudo isso leva a população às ruas. E isso não é pouco.

Só a volta da esperança traz a paz. Somente aqueles que são ouvidos podem ter ao luxo de parar de gritar. A crise é de esperança. A crise é de representação. Sem que o eleitor se sinta representado pelo eleito, não existe democracia. E, sem democracia, o protesto é o que resta para ser ouvido.
As ruas somente ecoam a necessidade de que o principio básico de que, na democracia, cada um dos eleitos representem os eleitos seja obedecido. As ruas não deveriam gritar para que os cidadãos sejam ouvidos. Sussurros deveriam bastar. Governos não podem ser surdos. Nem cegos. Nem insensíveis.
As ruas somente dizem que o sistema que está ai não funciona mais. Que as regras que governam a politica atual não levam ao aperfeiçoamento da democracia. Que a representatividade não mais existe. Que a politica e o modo de fazê-la precisa de reforma. Urgente.
Com R$ 0,20, se compra um café. Mas, em algumas ocasiões, R$0.20 compram um boa briga.

Elton Simões mora no Canadá. Formado em Direito (PUC); Administração de Empresas (FGV); MBA (INSEAD), com Mestrado em Resolução de Conflitos (University of Victoria). E-mail: esimoes@uvic.ca . Escreve aqui às segundas-feiras.


POR HOJE É SÓ. VOU GUARDAR A TESOURA, AGULHA E A Linha.
VOU BATER O MARTELO... PONTO FINAL. (REDAÇÃO: O BOLSO DO ALFAIATE)


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alunos andam 5km até ônibus escolar em Itajuípe

alhos & bugalhos Alunos andam 5km até ônibus escolar em Itajuípe A vida do estudante da zona rural não é fácil. Muitas vezes, as dificul...