quarta-feira, 19 de junho de 2013

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PREFEITOS QUEREM “SOSSEGAR” SUBMUNDO DO TRANSPORTE

 
Falta respeito com o usuário, que paga passagem cara para andar pendurado
A primeira providência pensada pelos prefeitos para acalmar os proprietários das empresas de transportes urbanos é “meter a mão” no bolso dos combalidos contribuintes. E pretendem cometer mais esse crime sem a menor cerimônia.
Nenhum desses prefeitos quer “passar um pente fino” nas famosas planilhas apresentadas pelos proprietários de transporte coletivo urbano e metropolitano, sempre apresentada com umas gordurinhas a mais.
Ao invés de buscar gordura para queimar nas planilhas, para nossos prefeitos é bem mais conveniente subsidiar o valor das passagens. E esse dinheiro, naturalmente, saem dos nossos bolsos, rotos e vazios.
De um lado, empresários reclamam do grande índice de gratuidade; do outro, os prefeitos acenam com complementos cuja origem é o erário da viúva. E ainda pedem ao governador para não cobrar o ICMS do óleo diesel.
Essa sanha pelo lucro deixa passar batido a concessão fiscal feita pela presidenta Dilma em relação ao PIS/Cofins, que deixou de ser pago pela empresas de ônibus, e em algumas cidades não pagam o ISS.
São os donos dessas empresas de transporte velhos camaradas do prefeito atual, mesmo que não percam a amizade com os que saíram. Prática de quem se interessa apenas com os negócios.
Contribuem com generosidade para as campanhas eleitorais. Eleições à parte, não dispensam a camaradagem com o poder, sempre que requisitados, comprovando que são amigos dos amigos.
Mesmo quando não são amigos, não desbotam. Atendem aos pedidos, até como uma medida preventiva. Afinal, quem é que não quer que seus negócios prosperem. Com vento de popa é mais fácil.
Lembro-me de um desses donos de empresa de ônibus que dizia abertamente ser obrigado a cumprir semanalmente com uma obrigação fora do contrato, chovesse ou fizesse sol.
E olha que esse empresário era desafeto do prefeito, tanto que se candidatou ao cargo de executivo municipal, substituindo-o na prefeitura. E essa denúncia está numa entrevista concedida no Jornal Agora.
O prefeito não reclamou, ao contrário, se fez de morto, com receio de uma investigação do Ministério Público. Então, se existe essa convivência espúria, é porque traquinagens são feitas a torto e a direito.
E o pior: os ônibus são caminhões encarroçados que não recebem a manutenção devida e nem a quantidade de veículos e em horários suficientes para transportar os passageiros com dignidade.
Bom, mais aí já é pedir muito para um país emergente, ainda classificado como de terceiro mundo. E segue o enterro!

O monstro foi para a rua

 Em dezembro de 1974, a oposição havia derrotado a ditadura nas urnas, elegendo 16 dos 21 senadores, e o ex-presidente Juscelino Kubitschek estava num almoço quando lhe perguntaram o que acontecia no Brasil.
- O que vai acontecer, não sei. Soltaram o monstro. Ele está em todos os lugares.
Abaixou-se, como se procurasse alguma coisa embaixo da mesa e prosseguiu:
- Ele está em todos os lugares, aqui, ali, onde você imaginar.
- Que monstro?
- A opinião pública.
Dois anos depois JK morreu num acidente de automóvel e o monstro levou-o no ombros ao avião que o levaria a Brasília. Lá ocorreu a maior manifestação popular desde a deposição de João Goulart.
Em 1984 o general Ernesto Geisel estava diante de uma fotografia da multidão que fora à Candelária para o comício das Diretas Já.
- Eu me rendo --disse o ex-presidente, adversário até a morte de eleições diretas em qualquer país, em qualquer época.
Demorou uma década, mas o monstro prevaleceu. O oposicionista Tancredo Neves foi eleito pelo Colégio Eleitoral e a ditadura finou-se.
O monstro voltou. O mesmo que pôs Fernando Collor para fora do Planalto.
No melhor momento de seu magnífico "Pós Guerra", o historiador Tony Judt escreveu que "os anos 60 foram a grande Era da Teoria". Havia teóricos de tudo e teorias para qualquer coisa. É natural que junho de 2013 desencadeie uma produção de teorias para explicar o que está acontecendo. Jogo jogado. Contudo, seria útil recapitular o que já aconteceu. Afinal, o que aconteceu, aconteceu, e o que está acontecendo, não se pode saber o que seja.
Aqui vão sete coisas que aconteceram nos últimos dez dias:
1) O prefeito Fernando Haddad e o governador Geraldo Alckmin subiram as tarifas e foram para Paris, avisando que não conversariam nem com os manifestantes. Mudaram de ideia.
2) Geraldo Alckmin defendeu a ação da polícia na manifestação de quinta-feira passada. Mudou de ideia e pacificou sua PM.
3) O comandante da PM disse que sua tropa de choque só atirou quando foi apedrejada. Quem estava na esquina da rua da Consolação com a Maria Antônia não viu isso.
4) Dilma Rousseff foi vaiada num estádio onde a meia-entrada custou R$ 28,50 (nove passagens de ônibus a R$ 3,20).
5) O cartola Joseph Blatter, presidente da Fifa, mandarim de uma instituição metida em ladroeiras, achou que podia dar lição de moral aos nativos. (A Viúva gastará mais de R$ 7 bilhões nessa prioridade. Só no MaracanãX, torraram R$ 1,2 bilhão.)
6) A repórter Fernanda Odilla revelou que o Itamaraty achou pequena a suíte de 81 m² do hotel Beverly Hills de Durban, na África do Sul, e hospedou a doutora Dilma no Hilton. (Por determinação do Planalto, essas informações tornaram-se reservadas e, a partir de agora, só serão divulgadas em 2015.)
7) A cabala para diluir as penas dadas aos mensaleiros que correm o risco de serem mandados para o presídio do Tremembé vai bem, obrigado. O ministro Dias Toffoli, do STF, disse que os recursos dos réus poderão demorar dois anos para ir a julgamento.
Para completar uma lista de dez, cada um pode acrescentar mais três, ao seu gosto.
Elio Gaspari, nascido na Itália, veio ainda criança para o Brasil, onde fez sua carreira jornalística. Recebeu o prêmio de melhor ensaio da ABL em 2003 por "As Ilusões Armadas". Escreve às quartas-feiras e domingos na versão impressa de "Poder".

POR HOJE É SÓ. VOU GUARDAR A TESOURA, AGULHA E A LINHA.
VOU BATER O MARTELO... PONTO FINAL. (REDAÇÃO: O BOLSO DO ALFAIATE)



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