quinta-feira, 29 de julho de 2010


Itabuna comemora 100 anos de força e maturidade



A história de Itabuna está indissoluvelmente ligada a um eclesiástico: Frei Ludovico de Livorno. Carismático, místico – consta que ele tinha poderes sobrenaturais – o ex-capelão do exército de Napoleão chegou às terras grapiúnas em 1807. Sua missão era catequizar os índios pataxós na famosa Vila de Ferradas. Missão difícil. Espinhosa. Ainda mais sabendo que muitas tribos indígenas eram descendentes dos selvagens antropófagos aimorés botocudos, raça onde predominava os instintos mais grosseiros e sanguinários. Frei Ludovico – conta a história – não desanimou como não desanimaram os primeiros desbravadores, Felix Severino do Amor Divino e Manoel Constantino. Anos mais tarde, viajando quilômetros a pé, na mata adversa, os pioneiros chegaram ao local onde denominaram “Marimbeta”, com o objetivo de instalar uma “Taboca” (roça). O ano era de 1857, cem anos antes de um outro desbravador – Iuri Gagarin – desbrava o espaço para a corrida à lua.
Na época o cacau não sonhava em existir como cultura predominante. Os pioneiros faziam suas roças de subsistência e plantavam um pouco de tudo. O mestre Adonias Filho, em seu trabalho “A Civilização do Cacau”, explica que somente o atraso da colonização da capitania de São Jorge dos Ilhéus – em virtude da agressividade dos índios – impediu a transformação da paisagem regional. O que a coroa portuguesa mais queria era a cana-de-açúcar e por três séculos os donatários não conseguiram implantar a monocultura. Finalmente, diminuída as hostilidades, foi propiciada, já no século XIX, a arrancada para a cultura cacaueira.
A força econômica e política de Itabuna logo floresceram e muito antes do final do século XIX já havia movimentos reivindicatórios levantando a bandeira da independência. Ilhéus, como convinha não queria deixar. Aliás, até hoje, a política ilheense evita o desmembramento inevitável de Inema, Pimenteira e Banco Central, seus distritos mais distantes (e dos mais ricos). Finalmente, “Tabocas”, como era chamada, foi elevada a categoria de cidade pela Lei nº. 807 de 28 de julho de 1910.
Outras cidades conseguiram sua emancipação posteriormente. Itajuípe, Barro Preto, Itapitanga, Coaraci, Ibicaraí e Almadina. Nenhuma delas, contudo conseguiram a pujança econômica e política de Itabuna. A antiga “Tabocas” é, hoje sinônimo de desenvolvimento no interior baiano. Municípios com inúmeras indústrias e estabelecimentos bancários e comerciais, atacadões,  emissoras de televisão, várias emissoras de radio AM e FM, liderança na produção e comercialização do cacau.
Itabuna é, hoje, a metrópole do futuro.
(Texto do itajuipense Mário Luiz – transcrito da edição nº 05 da Tribuna do Almada –  Itajuípe -1989)

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