segunda-feira, 25 de outubro de 2010


Se eu morresse amanhã - Álvares de Azevedo

Se eu morresse amanhã, viria ao menos 
Fechar meus olhos minha triste irmã; 
Minha mãe de saudades morreria 
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro! 
Que aurora de porvir e que manhã! 
Eu perdera chorando essas coroas 
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que doce n'alva 
Acorda a natureza mais louçã! 
Não me batera tanto amor no peito 
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora 
A ânsia de glória, o dolorido afã... 
A dor no peito emudecera ao menos 
Se eu morresse amanhã!

Manuel Antônio Álvares de Azevedo (São Paulo, 12 de setembro de 1831- Rio de Janeiro, 25 de abril de 1852) - Além de poeta, foi contista, ensaísta e dramaturgo. Ligado à segunda geração do romantismo, é patrono da cadeira nº 2 da Academia Brasileira de Letras

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