Fim de uma era

Evidentemente que o governo Lula, por conta de questões ideológicas, psicológicas, políticas e gerencias não exercitou todo o seu potencial. Por razões estruturais e conjunturais, Lula fez menos do que podia. Cometeu alguns erros graves. O maior de todos foi o de se manter tolhido pelas complexidades de sua base aliada quando poderia ter sido mais ousado no encaminhamento das reformas constitucionais que necessitamos e que teimamos em não realizá-las.
Porém, se os aspectos negativos são claros – a gestão política no primeiro mandato e a acomodação frente aos desafios das reformas –, os aspectos positivos nunca foram adequadamente tratados. De um lado, pela tradicional má-vontade da grande imprensa em relação a Lula ao longo do seu governo. Em especial, depois do mensalão. De outro, pelo fato de que a gestão de Lula em seu segundo mandato gerou uma espécie de frenesi em torno de sua figura. O que leva a outro tipo de desvio: a exaltação desmedida em torno do líder. Há ainda uma terceira via de avaliação que se refere à decepção de setores que gostariam que ele fosse mais radical, "esquerdista"e proto-revolucionário. Uma espécie de Chávez.
Mantendo-se longe das paixões, vejo o governo Lula como um extraordinário sucesso econômico, político, internacional e, principalmente, social. No campo econômico, Lula não só manteve as realizações e diretrizes da era FHC como foi capaz de aperfeiçoá-las e tomar decisões que resultaram em um vigoroso ciclo de crescimento econômico e desenvolvimento social. Sua condução no período da crise de Wall Street em 2008 foi admirável e resultou em ganhos extraordinários para o país. É desnecessário dizer sobre a geração de empregos (quase 15 milhões), distribuição de renda, expansão do crédito e aumento real do salário mínimo na era Lula. Foram conquistas impressionantes.
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Murillo de Aragão, advogado, mestre em Ciência Política, doutor em Sociologia pela UnB, presidente daArko Advice Pequisas e conselheiro do CDES.
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