quarta-feira, 29 de dezembro de 2010


Violência e 'crack' atormentam brasileiros
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O sentimento de insegurança ante à violência e à criminalidade é comum entre os brasileiros, como revelaram pesquisas do Ipea e do IBGE divulgadas em dezembro. Segundo informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2009, realizada pelo IBGE, 47,2% das pessoas não se sentem seguras em sua cidade. Cerca de 60% dos domicílios têm algum dispositivo de segurança. Entre setembro de 2008 e setembro de 2009, 7,3% das pessoas com 10 anos ou mais foram vítimas de roubo ou furto. O percentual corresponde a 11,9 milhões de vítimas. No período pesquisado, 2,5 milhões de pessoas nessa faixa etária sofreram algum tipo de agressão física.
Já o Ipea, em pesquisa sobre a percepção da população sobre segurança pública, concluiu que 78,6% dos brasileiros têm muito medo de serem assassinados. O instituto também mediu a confiança nas instituições policiais: 27,7% não confiam na Polícia Militar e 25,9% têm o mesmo sentimento com relação à Polícia Civil. As guardas municipais aparecem com o maior grau de desconfiança, 31,9%, enquanto a Polícia Federal tem o menor, 17,5%.
Também em dezembro, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República apresentou resultados de estudo encomendado ao Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Se a atual taxa de mortalidade juvenil for mantida, o país deve perder 33 mil adolescentes, assassinados, até 2013. Quase metade (45,5%) dos jovens de 12 a 18 anos que morrem no país são vítimas de violência, a maior parte por arma de fogo. A cada grupo de mil jovens, em 266 municípios com mais de 100 mil habitantes, 2,67 pessoas morrem assassinados por ano.
Em dezembro, o Ministério da Saúde apresentou um amplo perfil das condições do brasileiro, com informações detalhadas sobre mortalidade. Na faixa etária de 20 a 29 anos, os homens são vítimas das chamadas causa externas - agressões e acidentes - em proporção quatro vezes maior do que as mulheres. Os homens representam 83% dos mortos por violências e acidentes.
Um fator que potencializa a violência é a disseminação do crack pelo país, chegando até as pequenas cidades. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) apresentou em dezembro resultado de levantamento feito em 3.950 cidades. A droga conhecida por seu explosivo potencial destrutivo está presente em 3.871 delas, 98% do total. Em 91% dos municípios não há nenhum programa específico de combate ao crack nem auxílio estadual ou federal nesse sentido.
4º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, lançado em dezembro, mostra que os investimentos públicos no setor dobraram entre 2003 e 2009, mas isso não resultou em uma redução significativa dos índices de criminalidade. União, estados e municípios gastaram R$ 47,6 bilhões em segurança em 2009. O número de mortes violentas passou de 28,9 por grupo de 100 mil habitantes, em 2003, para 25,6 em 2008.

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