domingo, 28 de abril de 2013


alhos & bugalhos De Domingo
Leitura do Dia

O DIA EM QUE O ITABUNA EMPATOU COM O BAHIA E VENCEU O ÁRBITRO


Walmir Rosário
Profissionalizado em maio de 1967, o Itabuna Esporte Clube “herdou” praticamente todos os jogadores da Seleção Amadora de Itabuna, um timaço para torcedor nenhum botar defeito. Aos poucos, o time foi sendo mesclado com jogadores já profissionais, principalmente vindos dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, para a glória da dos torcedores do azulino.
Em 1970, o Itabuna Esporte Clube, então sob a presidência do advogado Gabriel Nunes, teve uma de suas melhores formações, tanto que fez sua mais brilhante campanha. Não se consagrou campeão baiano deste ano simplesmente pelas tramoias dos cartolas da Federação Baiana de Futebol, dominada pelos dirigentes do Bahia.
O Itabuna terminou vice-campeão, numa das histórias mais tristes da história do futebol baiano, somente comparada aos fatos contados na ocupação do solo grapiúna nos idos de 1800 até o início de 1900. Os tempos eram outros e as pendências geralmente eram resolvidas de forma violenta, ao contrário dos usos e costumes dos cartolas baianos.
Se para se estabelecer na terra imperava a lei do mais forte, com os “coronéis” armando seus caxixes nos cartórios ou invasão das roças de cacau com a força dos jagunços, no futebol baiano não era diferente e a influência política era o que dominava. Com todas as artes e manhas disponíveis no mundo da vigarice, algumas vezes agiam de forma dissimulada; outras nem tanto, era na “carteirada”, mesmo.
Dentro de campo, os árbitros sempre davam aquela mãozinha – ou apitada – fundamental para manter o resultado conforme os gostos e desejos dos cartolas soteropolitanos. Cartolas esses que poderiam ser comparados à realeza dos tempos do império, com todos os direitos e nenhum dever, a não ser o de conseguir resultados positivos para Bahia e Vitória, custe o que custar.
Um desses árbitros, que embora fosse batizado e registrado civilmente com o nome de um espiritualista indiano, nada fazia para repetir os gestos e ensinamentos do filósofo que seus pais quiseram homenagear. Ao contrário, as histórias e estórias são as mais antagônicas possíveis, no campo da moralidade, inapropriadas para atividades esportivas, diriam hoje os politicamente corretos.
Esse mesmo árbitro passou a ser conhecido como o mensageiro do mal, uma espécie de carrasco dos times das cidades do interior – Itabuna, Ilhéus, Vitória da Conquista, Feira de Santana, Alagoinha e Jequié. Nem mesmo as equipes menores da capital escapavam da vingança maligna dos cartolas. E sabem qual era o pecado? Formar um time com condições de disputar – de igual para igual – o Campeonato Baiano.
A área do adversário era território proibido para os atacantes interioranos e os nanicos da capital. Chegar perto da pequena área…nem pensar: o árbitro acionava logo seu famoso apito para marcar impedimento ou uma falta do ataque. Já na defesa a situação era mais complicada e os zagueiros não podiam, sequer, chegar junto dos atacantes protegidos, que trilava o apito protetor marcando penalidade máxima.
Num desses jogos entre o Itabuna e Bahia eis que a Federação Baiana de Futebol escala justamente o homônimo do indiano para a partida a ser realizada na Desportiva Itabunense. Arrogante, descia do ônibus da Sulba e se dirigia ao Lord Hotel (o hotel mais refinado à época) para descansar até o início da partida, sem falar com pessoa alguma, principalmente se fosse dirigente do Itabuna.
Para o desespero do árbitro, neste domingo, a equipe azulina estava “azeitada”, e seus jogadores com sede de vingança da última partida realizada com o Bahia, quando perderam por um magro 1 X 0, como sempre, com a ajuda deste mesmo juiz. Bola em jogo, as duas equipes se estudando e os jogadores, principalmente os do Itabuna, com receio de partir para uma jogada mais viril.
E essa indecisão já deixava o árbitro angustiado, pois, como acertado com os cartolas, o Bahia precisava da vitória. Mas não tinha jeito e mesmo as quedas dos jogadores do time da capital eram em jogadas infantis, era impossível marcar o providencial pênalti, pois eram longe da grande área. Já no lado do ataque do Itabuna, toda escapada era marcado o impedimento, uma “banheira”, como era conhecida essa penalidade.
Pois se o ataque do Itabuna não chegava à grande área, e caso o jogador azulino se atrevesse a ultrapassá-la o apito trilava, devido a atitude indevida, mas decisiva do árbitro, o ataque do Bahia pecava nas finalizações, para desespero dos cartolas. Esse desespero também já era bastante visível nas transmissões das rádios da capital, cujos apresentadores e repórteres tentavam desqualificar o futebol jogado pelos interioranos.
Mas nessa tarde esportiva da velha Desportiva Itabunense não teve jogador ou cartola do Bahia que desse jeito. Muito menos o árbitro, diante do futebol impecável jogado dentro das quatro linhas. Sem ter como apitar o velho e famoso pênalti salvador da pátria, o conhecido árbitro foi obrigado a encerrar o jogo aos 50 minutos do segundo tempo.
Nesta tarde de domingo nenhum dos dois times venceram, pois o placar não saiu do zero a zero. Venceu o futebol baiano, numa tarde em que o esporte venceu a caxixe e o conluio entre os cartolas dos times da capital e da Federação Baiana de Futebol. Desde esse dia em que o suspeitosíssimo árbitro foi derrotado pela prática do bom futebol que o Itabuna Esporte Clube passou a ser visto com outros olhos pelos vigaristas do esporte.
Jornalista, advogado e editor do www.ciadanoticia.com.br

O fim do golpe da TelexFree

 
Por: Luis Nassif - Ontem à tarde, através de sua página no Facebook, a empresa TelexFree deu ordem de debandada a seus divulgadores. Meia hora antes, em meu Blog, publiquei um pequeno organograma, com vários sites que faziam parte do esquema.
Foi o fim de cinco dias de luta surda, na qual meu Blog foi derrubado dezenas de vezes pela quadrilha, para impedir de veicular detalhes da denúncia.
À tardinha, a Secretaria Especial de Acompanhamento Econômico (SEAE) do Ministério da Fazenda informou que estava aguardando apenas um parecer da Procuradoria da Fazenda para acionar a Polícia Federal e o Ministério Público.
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Chega ao fim o mais atrevido golpe já perpetrado contra o consumidor brasileiro. Durante um ano, o esquema TelexFree envolveu um milhão de pessoas e movimentou mais de R$ 300 milhões através de uma versão online do velho golpe da pirâmide.
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O esquema surgiu inicialmente em 2009, montado pelo aventureiro capixaba Carlos Wenzeler, através de um site denominado de Disk à Vontade.
Para entrar no jogo, a pessoa tinha que pagar de US$ 200 a US$ 1.000 dólares. Depois, colocar publicidade em sites de Internet dos serviços de VoIP (telefonia pela Internet) da TelexFree. Por cada publicidade colocada, a pessoa receberia US$ 20.
Acontece que toda a remuneração dos primeiros da fila era bancada pelos últimos que entravam – como em toda pirâmide, levando ao estouro da boiada depois de algum tempo.
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A versão inicial do golpe demorou um pouco a decolar devido à falta de confiabilidade na empresa.
Aí Wenzeler deu o segundo passo. Foi até os Estados Unidos, localizou uma pequena empresa de VoIP e tornou-se sócio dela. A empresa tinha um pequeno escritório virtual em um grande prédio de Massachusetts. No site da TelexFree o prédio era apresentado como se fosse totalmente da empresa. E o sócio norte-americano como se fosse um gênio do marketing.
A publicidade da TelexFree ganhou impulso quando passou a veicular que a TelexFree americana era uma multinacional que existia desde 2002.
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O passo seguinte foi arregimentar uma verdadeira quadrilha de oportunistas, espalhada por todo o país. Essas sub-quadrilhas montaram sites usando o nome da TelexFree na URL (o endereço da Internet). E inundaram o Youtube com vídeos vendendo as maravilhas do enriquecimento fácil.
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Nos próximos dias a Polícia Federal entrará em cena, prendendo parte da quadrilha. A grande questão que se levanta é o fato da quadrilha ter agido por tanto tempo sem ser incomodada.
Os Procons do Acre e do Mato Grosso solicitaram informações à SEAE. Houve dificuldade em qualificar a natureza do crime. Por outro lado, não se sabia se a repressão deveria partir de Ministérios Públicos estaduais ou do Federal; se da Polícia Civil dos estados ou da Polícia Federal.
A cada dia que passava, mais consumidores eram prejudicados. Pululavam depoimentos de pessoas que chegaram a vender a casa para entrar no negócio.
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Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff anunciou que o governo daria toda ênfase à defesa do consumidor.
O primeiro passo é aparelhar o Estado de ferramentas legais para coibir os velhos crimes que adquirem feição nova através de novas tecnologias.
                                                                                                                                        POR HOJE É SÓ. VOU GUARDAR A TESOURA, AGULHA E A LINHA.

VOU BATER O MARTELO... PONTO FINAL. (REDAÇÃO: O BOLSO DO ALFAIATE)

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