sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Relações Exteriores aprova voto de pesar pela morte de dissidente cubano
[Foto: Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE)]

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou nesta quinta-feira (25) voto de pesar pela morte do dissidente cubano Orlando Zapata Tamayo, que morreu na terça-feira (23), após 85 dias de greve de fome. A pedido do autor do requerimento, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), as condolências serão enviadas à embaixada de Cuba no Brasil, para que esta as encaminhe à família de Tamayo.

- Apresentar este voto de pesar é um dever, em nome dos direitos humanos e de uma causa da qual não podemos abrir mão, que é a democracia - disse Heráclito, ao apresentar seu requerimento.

O único voto contrário foi do senador João Pedro (PT-AM), para quem o principal objetivo de Heráclito não seria o de solidariedade à família do dissidente cubano, mas sim o de "aprofundar a dissidência" em Cuba.

O anúncio da morte de Tamayo coincidiu com a visita oficial a Cuba do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao recebê-lo, em Havana, o presidente cubano Raúl Castro atribuiu o falecimento do dissidente ao clima de "confrontação" existente entre seu país e os Estados Unidos. Por sua vez, Lula evitou comentar denúncias de violações de direitos humanos em Cuba, segundo as agências de notícias.

Ao apoiar a iniciativa de Heráclito, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou que a morte do dissidente tem um "simbolismo muito forte". Por sua vez, o senador Romeu Tuma (PTB-SP) pediu que uma cópia do voto de pesar seja encaminhada à embaixada do Brasil em Havana.

Irã

A comissão aprovou também requerimento do senador João Tenório (PSDB-AL), de convite ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, para que exponha a posição do governo brasileiro em relação ao programa nuclear do Irã.

Ao defender seu requerimento, Tenório lembrou que "tradicionais amigos do Irã", como a Rússia, já começam a "colocar um pé atrás" em relação ao programa nuclear iraniano, que poderia ter objetivos militares, segundo a interpretação de diversos países ocidentais. O senador lembrou ainda que o Brasil tem o seu próprio programa nuclear e disse temer que o apoio brasileiro ao programa do Irã venha a trazer problemas para o país.

- É muito perigoso trazer o foco internacional para o Brasil - alertou.

Por sua vez, o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) lembrou que o Tratado de Não-Proliferação Nuclear, sempre mencionado pelas "potências hegemônicas" quando se menciona o risco de o Irã desenvolver bombas nucleares, contém dispositivos que determinam a redução dos atuais arsenais nucleares.

Inicialmente, o convite seria extensivo ao assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia. Mas o nome de Garcia foi excluído a pedido de Heráclito Fortes, para quem a comissão não deveria convidar um assessor, "por mais importante que seja". A sugestão de Heráclito foi comentada com humor pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS). "O problema é que um é ministro e o outro manda", disse Simon.

Marcos Magalhães / Agência Senado

[Multimídia] Áudio| Amorim debaterá apoio ao Irã


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