segunda-feira, 29 de novembro de 2010


Aniversário de Adonias Filho

PUBLICADO POR LEANDRO JUNQUILHO EM 27 - NOVEMBRO - 2010

Itajuípe, 27 de novembro de 1915 nasce na fazenda São João, Adonias Aguiar Filho. Mais tarde esse ilustre itajuipense tornaria-se um dos grandes nomes da literatura nacional, teve livros publicados no Brasil, e no exterior. Isso permitiu que Adonias Filho fosse um autor conhecido por muitos ao redor do mundo.
E na sua cidade natal, quem é Adonias Filho para seus conterrâneos? Ele escreveu o que? Quem ele era, um coronel do cacau? Essas não são perguntas incomuns quando falamos de Adonias para algumas pessoas.
Talvez essa falta de informação sobre quem foi Adonias Filho, seja fruto de alguns brasileiros não terem o hábito de ler. Bem, se formos levar essa afirmativa em consideração, então, o que nos leva a conhecer outros escritores baianos, e mesmo de outros estados brasileiros? Mesmo nunca tendo lido nenhuma obra desses escritores sabemos quem foram, onde nasceram, até nos sentimos orgulhosos de alguns por serem baianos. E Adonias Filho, por que nós itajuipenses não temos conhecimento de quem foi esse homem, e qual sua contribuição para literatura brasileira?
Membro da Academia Brasileira de Letras, ocupante da cadeira 21, ele foi recebido em 28 de abril de 1965 pelo acadêmico Jorge Amado, conquistou vários prêmios como: Prêmio Paula Brito de crítica literária (Guanabara, 1968); com o livro Léguas da promissão, conquistou o Golfinho de Ouro de Literatura (1968), o Prêmio PEN Clube do Brasil, Prêmio da Fundação Educacional do Paraná (FUNDEPAR) e o Prêmio do Instituto Nacional do Livro (1968-1969). Obteve o Prêmio Brasília de Literatura (1973), conferido pela Fundação Cultural do Distrito Federal. Com o romance, As velhas, obteve pela segunda vez o Prêmio Nacional de Literatura (1975), do Instituto Nacional do Livro, na categoria de obra publicada (1974-1975), entre outros prêmios. Mesmo com todo esse histórico Adonias Filho ainda é desconhecido para a maioria dos itajuipenses.
Se pararmos para pensar sobre quem foi Adonias Filho e em que tempo ele viveu, descobriremos que não é assim tão distante do nosso tempo, o que se formou foi uma barreira que distancia Itajuípe de sua própria história, é possível encontrar pessoas aqui em nossa cidade que tiveram um contato direto com o escritor, que conviveram, trabalharam e até familiares do escritor. Na inauguração da Praça que leva seu nome, em comemoração aos seus 75 anos, em 12 de dezembro 1985, ele estava presente. O
escritor faleceu em 2 de agosto de 1990, na Fazenda Aliança, em Inema, pouco tempo depois foi criado em nossa cidade o Acervo Adonias Filho, que infelizmente, não teve condições de permanecer disponível a população, por inúmeros fatores que não vale a pena ser relembrados, e mesmo sendo recente ao nosso tempo, parece um passado muito distante, Adonias Filho ainda é um estranho para alguns de nós.
Nos últimos anos foi possível notar diferenças na cultura de Itajuípe, a restauração do Casarão, o trabalho que vem sendo feito no Acervo Adonias Filho, limpeza e também de restauração são dois exemplos que estamos dando uma importância maior a nossa história, e acredito que podemos melhorar ainda mais. Ensinar nossa própria história nas nossas escolas, trabalhando as obras de Adonias Filho, fazendo com que as crianças e adolescentes da nossa cidade notem cada vez que passarem pela Praça Adonias Filho, em frente ao Casarão, caminhar a beira do rio Almada, olhar a antiga estação de trem, e pensar: “Essa é a nossa História”, conhecer como se formou Itajuípe, conhecer sua própria cidade e derrubar essa barreira existente entre os itajuipenses e sua história é fundamental para fazer-se cidadãos comprometidos com sua cidade.
Hoje, 27 de novembro de 2010, dia em que Adonias Aguiar Filho estaria completando 95 anos, já podemos almejar dias melhores para cultura Itajuipense, dias de resgate e reconhecimento da população sobre a vida e a obra do nosso ilustre conterrâneo e sobre nossa própria história.
Em uma das suas mais famosas frases Adonias diz: “É preciso ser velho, é preciso ter vivido bastante, é preciso ter viajado a metade do mundo, de Nova Iorque a Luanda, de São Paulo a Paris, para saber que nada vale mais ou tanto quanto o nosso pedaço de chão.” Essa frase nos remete a pensar em toda a história que Itajuípe carrega e qual o valor que estamos dando a ela. Ou será realmente preciso ser velho e viajar por todo o mundo para saber dar valor a sua própria história?
Igor Farias Góes
Graduando em História – UESC

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