Walmir Rosário
Esse Ramiro (o Soares de Aquino) é “um cabra” porreta! Com ele não tem tempo ruim e a vida deve ser vivida de forma bem amena, cor-de-rosa, como diriam alguns, ou na valsa, chavão bem antigo, mas que ainda me lembro muito bem. Sem ter medo de incorrer num daqueles chavões, poderia comparar o companheiro Ramiro a um daqueles vinhos de qualidade: quando mais velho, melhor, como afirmaria um experiente sommelier.
Criado com todos os valores de uma família cristã, Ramiro aprendeu a ser um bom filho, um bom pai, um bom amigo, enfim, um homem generoso. Tanto é assim que ninguém se recorda de tê-lo visto reclamando da sorte, pelo contrário está sempre alegre, de bem com a vida, capaz de transformar uma situação adversa em piada de salão, com um ensinamento moral positivo, uma lição de vida.
Durante todos esses anos o “bom e velho” Ramiro, que já propôs mudanças no rádio, na TV e no jornal impresso, agora se mete em outra empreitada: exterminar as notícias ruins, banindo-as de vez dos veículos de comunicação. A única dúvida que ainda tenho é se a proposta de paz e amor será prontamente acatada pelos nossos comunicadores, acostumados a aplicar manchetes dignas de vender jornais e fidelizar os ouvintes e telespectadores no rádio e na TV.
Cá pra mim, ainda tenho as minhas dúvidas se os “coleguinhas” irão comungar com essa ideia, até porque existe uma máxima nas redações dando conta de que a notícia sempre é a que chama mais a atenção. E nossos coleguinhas citam esse exemplo: “Cachorro morder uma pessoa não é notícia. Mas uma pessoa morder um cachorro, sim, e de primeira página”.
Eu até concordo com os coleguinhas, embora adote o princípio recomendado pelos manuais de jornalismo, de que notícia é tudo aquilo que é de interesse da sociedade. Nessa premissa está implícita de que a sociedade é plural e não fica restrita às tribos e paróquias, principalmente por vivermos numa “aldeia global” com todos os requintes do conhecimento cibernético.
O que aqui falamos agora, imediatamente está no mundo graças à rapidez da rede mundial de computadores, a imprescindível internet. Aí, sim, é que acredito “morar o perigo”, dada a quantidade de pessoas que replicam a notícia sem qualquer responsabilidade. Mas, para isso existe o Código Penal Brasileiro e toda a estrutura do poder judiciário, com todas as deficiências conhecidas.
Como não sou nenhum especialista, mestre ou doutor em comunicação, gostaria apenas de ressaltar ao nosso decano da comunicação, profissional de conduta ilibada e farta bagagem literária, que o jornalismo é bastante parecido com a política: se a sociedade muda, a comunicação – nas suas diversas linguagens e expressões – a acompanha. É da natureza da vida humana.
Por outro lado, acredito que o comunicador pode e deve influir, não na publicação dos fatos, mas nas ações dos que os cometem. Sim, principalmente quando esse profissional da comunicação exerce funções de assessoramento. Mais do que influenciar tem o dever de interferir junto aos seus assessorados, para que a prática dos seus atos não mereça registro nos meios de comunicação, principalmente nos negativos.
Concordo – em gênero, número e grau – que as boas notícias devem se sobrepor às más. Gostaria de publicar o mérito do curso de medicina da Uesc alcançar o décimo lugar, mesmo tendo que ressaltar que a universidade é a maior poluidora do Salobrinho e do rio Cachoeira.
O mesmo tratamento gostaria de dar à boa nota dada à FTC no Enade, o reconhecimento especial aos antigos professores de Itabuna, inclusive com a entrega de honraria em diploma em pergaminho, sem esquecer o tratamento perverso que ela dispensa aos seus professores, especialmente na questão financeira.
Seria de bom alvitre “incensar” as boas ações e obras do prefeito de Itabuna, Capitão Azevedo, para diminuir os índices de infestação da dengue na cidade, falando, tanto do óbito ocorrido em 2009, quanto do trabalho de prevenção realizado na cidade. Também não poderia deixar de cobrar a cesta básica que ele prometeu aos moradores das casas livres de infestação, não entregues até esta data.
Dá-me prazer constatar e publicar que as instituições encarregadas da segurança pública retiraram de circulação dezenas de marginais, deixando que a população possa viver em tranquilidade. Ao mesmo tempo é nosso dever dizer que, apesar de todo esse esforço, uma grande quantidade de marginais ainda continua à solta, traficando drogas, roubando e matando pais de família, em quantidade maior durante os finais de semana.
Não sei se esse papel e tinta gastos aqui dão para explicar o que pretendia dizer. De antemão, volto a tecer os maiores elogios ao “bom e velho” Ramiro, pessoa e profissional por quem nutro a mais profunda admiração. Mas deve ser o capricho do destino, pois mesmo tendo nascido no mesmo dia e mês, apesar de anos mais tarde, Deus deve ter sido bem mais generoso com o companheiro, proporcionando-lhe a capacidade de somente enxergar as coisas boas. Quanto a mim, deve ter destinado apenas a capacidade de indignação.
São as coisas da vida.
Jornalista, advogado e editor do www.ciadanoticia.com.br