quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Estudantes da UnB ficam nus em protesto à discriminação sofrida por Geisy Arruda

Rodrigo Couto e Camila de Magalhães

Carlos Silva/Esp.CB/D.A Press


Cerca de 30 estudantes da Universidade de Brasília tiraram a roupa em protesto à violência verbal sofrida pela aluna de turismo da Uniban, Geisy Arruda, após usar um vestido curto no último dia 22 de outubro em São Bernardo do Campo (SP). Junto com eles, outros 170 universitários – alguns apenas com roupas íntimas e outros vestidos – saíram do Minhocão Norte rumo à reitoria para cobrar uma posição do reitor José Geraldo de Sousa Júnior sobre o episódio.

Os jovens exigem uma conversa com José Geraldo. Os manifestantes divulgaram uma carta aberta à comunidade da UnB repudiando a primeira atitude da Uniban de expulsar Geisy da instituição (depois, eles voltaram atrás e revogaram a decisão). Os alunos da UnB afirmaram que o protesto era contra o machismo, a homofobia e a favor da liberdade feminina.


Na avaliação dos estudantes da UnB, a universidade do ABC Paulista cometeu um ato de violência, machismo e discriminação contra a vítima. O documento também foi entregue ao reitor, com reivindicações de políticas institucionais para a segurança da mulher na instituição.

Segundo Thiago Marinho, 21 anos, coordenador do centro acadêmico de ciências socias da UnB e um dos organizadores do protesto, os estudantes resolveram realizar a manifestação porque dentro do CA há membros de grupos que trabalham com diversidade sexual, defesa aos direitos das mulheres e contra repressão social. "Achamos que a UnB não podia ficar calada diante de um ato com tanta repercussão nacional", explica Marinho.

"Queremos um posicionamento da universidade, que ela coloque a bandeira histórica de as pessoas se expressarem livremente, saberem respeitar as diferenças. A gente puxou o ato para mostrar que o corpo que a gente usa é uma forma de expressão, que deve ser respeitada. Cada pessoa tem uma forma diferente de se expressar."

O grupo compara com o caso de Geisy com situações de preconceito, machismo e violência sexual registrados na UnB. Ao lembrar dois casos de estupro ocorridos dentro da universidade há cerca de três anos e de um homem que se masturbava à noite na frente das alunas da faculdade de saúde, os estudantes pedem mais segurança, iluminação e diálogo sobre a questão da mulher. "Queremos um centro de referência à mulher, com pesquisas de gênero que envolvem várias áreas do saber", adianta Marinho.

A assessoria de José Geraldo afirmou que o reitor somente se sentará para conversar quando os alunos estiverem "no limite do decoro", ou seja, com roupa. Acampados na sala de atos do prédio da reitoria, os manifestantes não aceitam a sugestão do reitor. O protesto foi organizado pelo centro acadêmico de sociologia. (Fonte.: Agência Folha)

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