Voto distrital “puro” acabaria com pequenos partidos, diz especialista
Beto Oliveira

Fleischer (D): voto misto pouparia legendas pequenas com ideologia definida.
Doutor em ciência política, o professor da Universidade de Brasília (UnB) David Fleischer defendeu o voto distrital misto com lista fechada, em audiência pública da Comissão Especial da Reforma Política, nesta quinta-feira (28). Para o cientista político, o voto distrital “puro” eliminaria quase todos os partidos médios e pequenos.
A solução para manter a representação dessas legendas, diz ele, seria um sistema eleitoral misto – metade proporcional e metade distrital. “Isso se aproxima mais da realidade que já temos. Metade dos deputados já tem reduto, o que é quase um distrito”, apontou.
Em relação às críticas de que a lista fechada fortaleceria os caciques políticos, David Fleischer disse que isso se resolveria com o tempo, em duas ou três eleições. Segundo ele, os partidos que realizarem prévias para definir democraticamente os nomes e a ordem dos candidatos ganharão mais espaço, devido a essa mobilização pré-eleitoral.
Fleischer defende também o fim das coligações. Para ele, seria uma forma de eliminar partidos nanicos sem ideologia definida. "Se o partido for pequeno, mas tiver bandeira e reconhecimento popular, vai eleger seus deputados sem coligação, de qualquer maneira”, afirmou. “Mas se for um partido nanico com dono, que não tem bandeira, vai dançar."
Também convidado pela comissão, o cientista político Eduardo Graeff alertou contra o financiamento exclusivamente público de campanhas. Para ele, isso restringiria a militância individual e de pequenos grupos. Ele defende seja permitida a contribuição de pessoas físicas, ainda que com limite de valores.
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