Walmir Rosário*
O presidente da Câmara de Itabuna, Ruy Machado, tem uma dívida assumida e não honrada com a sociedade itabunense: a gestão transparente do Legislativo. Mais de 100 dias se passaram e a população de Itabuna ainda se pergunta o que realmente aconteceu e acontece entre as quatro paredes da chamada “Casa do Povo”.
Até agora nada foi dito sobre os desmandos praticados pela Mesa Diretora passada, qual o tamanho do “rombo” no erário público, quais as providências que estão sendo tomadas. Tudo bem: o atual presidente pode dizer que a investigação da Comissão Especial de Inquérito (CEI) está com o Ministério Público, o que não satisfaz a curiosidade do itabunense.
Se sobre atos e fatos passados não se têm notícias, menos ainda se sabe sobre a atual. Afinal, o compromisso com a moralidade pública, na qual a Câmara de Itabuna está inserida, tem de ser do conhecimento de todos. Para que isso acontecesse o presidente Ruy Machado recebeu o aval na sua luta contra a Mesa Diretora passada.
Hoje, reina o mais absoluto silêncio sobre as atividades do Legislativo itabunense, tanto na produção da legislação, quanto na fiscalização do Poder Executivo. E o mais grave: sobre a administração do próprio Legislativo, uma Casa corporativa, onde as negociações (no bom sentido, é claro) abundam por excelência.
O que se tem notícia, mesmo assim à boca pequena, é que um dos propósitos do presidente Ruy Machado, o de construir uma sede própria para a “Casa do Povo” segue de vento em popa. Por ouvir dizer, as economias feitas pela atual administração da Câmara chegam próximas de R$ 1 milhão, com apenas três repassas de duodécimos, ultrapassando essa cifra após o recebimento das verbas devidas agora em abril.
Méritos para o presidente da Casa, Ruy Machado, e seus colegas da Mesa Diretora, em tratar com o devido respeito o suado dinheiro dos contribuintes, coisa não muito em voga atualmente. Confirmando essa premissa – já que as notícias são por ouvir dizer –, carece, ainda, a população itabunense de mais informações.
Os resultados positivos de hoje não anulam os desmandos do passado, bem como não avalizam a falta de publicidade da administração atual, em que pese os conhecidos resultados da economia conseguida. Faz bem ressaltar que os recursos destinados ao Poder Legislativo são pródigos e atingem a cifra de R$ 650 mil mensais, volume nada desprezível.
De pronto, a receita municipal pode parecer um valor pequeno diante da arrecadação municipal, o que não resiste a uma simples apreciação haja vista que a obrigação do vereador se restringe ao trabalho em comissões, plenário e fiscalização. Outros compromissos, principalmente relativos à execução de obras e serviços públicos, são de competência do Poder Executivo.
Diante de fatos reais não existem argumentos contraditórios. Portanto, cabe à administração atual manter a sociedade informada de fatos pretéritos, assim como da apuração deles. Se é importante a informação do passado, nada diferente pode acontecer em relação ao presente, para não termos que reclamar no futuro.
Transparência, clareza e limpidez são palavras antônimas de opaco, sombrio e escuro.
*Advogado, jornalista e editor do site www.ciadanoticia.com.br