quarta-feira, 15 de julho de 2009



O Ataque dos novos cangaceiros


Crime organizado invade pequenas cidades do Nordeste com armas pesadas e espalha medo e violênciaPor.:Francisco Alves Filho e Gustavo de Almeida
Sete décadas depois da morte de Lampião, moradores de pequenas cidades nordestinas experimentam o terror típico dos tempos do cangaço. Como naquela época, bandos armados invadem os lugarejos, saqueiam e desaparecem tão rápido quanto surgiram. A diferença é que agora os bandidos usam modernas armas de guerra e não saem a galope em cavalos. O alvo do roubo também mudou: agora são milhões de reais guardados nos cofres das agências bancárias.
As quadrilhas são ligadas às grandes facções brasileiras do crime organizado e debandaram para os municípios - a maioria com menos de 20 mil habitantes e nenhum deles com mais de 80 mil - onde a segurança é menor e o lucro é grande. Com isso, muitas cidades do interior deixaram de ser recantos de paz e sossego e a população está assustada com a escalada da violência. Todas as regiões sofrem com isso, mas o quadro é mais assustador no Nordeste. Até o início do mês, foram registrados no Maranhão 18 assaltos a banco no interior, contra 16 em todo o ano passado. No Ceará, o Sindicato dos Bancários pede mais proteção para as agências. No Piauí, a sucessão de assaltos leva grandes bancos a cogitar uma saída drástica: o fechamento de agências. "A interiorização do crime é visível a olho nu", diz o juiz Edson Vidigal, exministro do STJ. "O interior sofre com a ausência dos agentes da lei."
Não faltam exemplos para comprovar essa falta de policiamento. Numa ação ousada realizada no dia 30 de junho, um bando formado por 12 bandidos armados com metralhadoras e fuzis roubou a agência do Banco do Brasil em Santa Luzia do Tide, no Maranhão, levando R$ 1 milhão. Depois do crime, 40 policiais e um helicóptero passaram a caçar os bandidos, mas no momento do assalto, em que os ladrões fizeram vários disparos, nenhum policial apareceu. "Os funcionários dos bancos dessas regiões têm convivido com a insegurança", diz Rosário Braga, secretária-geral do Sindicato dos Bancários do Maranhão. (Istoé – online)

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